Antigo Curriculo Vs Novo Currículo nas nossas Universidades
Na primeira edição da
Gazeta Estudantil, alertamos a quando do anuncio do novo curriculo pela
Universidade Eduardo Mondlane, da necessidade de se estabelecer um controlo
cerrado aos docentes e aos estudantes e que fossem disponíveis quantidades de
docentes e material didatico necessários para que o mesmo não falhasse. Não se
fez quase nada nesse sentido. Hoje, passado dois anos estamos no vai-e-vem, não
se sabe qual será o futuro dos estudantes com o retorno ao currinculo antigo,
quando se sabe que houve várias mudanças, que vão desde a diminuição da duração
dos cursos á introdução de novas cadeiras até mesmo ao abate de muitas outras.
Afinal o que está a falhar, o novo ou o antigo curriculo?
Pelo contrário do que muita gente pensou,
se por um lado o ensino centrado no estudante requer muita atenção dos docentes
para com os estudantes, no sentido de orientá-los nos trabalhos práticos e em
grupos, por outro lado seria necessário que todos os estudantes tivessem
material didático disponivel, até mesmo um computador para cada um seria ideal
na fase actual de desenvolvimento da sociedade global e o mesmo é praticado em
muitos paises do mundo com sucesso, o que seria muito dificil para um país,
como o nosso, que chega a ter um livro para mais de 80 estudantes.
O antigo curriculo, vai ao encontro dos
pobres, para a sua efectividade, basta o docente ler um pouco no dia anterior a
aula, preparar uma ficha, fotocopiada de um livro de um actor qualquer, falar
um pouco do assunto na aula e mandá-los também para fotocopiarem. Os estudantes
ficam satisfeitos, porque não tem que trabalhar , quando na verdade a qualidade
de ensino e aprendizagem é das mais indesejaveis.
Se no ensino centrado nos estudantes para
que tenhamos êxito precisariamos de mais livros, mais computadores e mais
docentes, no ensino tradicional precisamos apenas de um monitor ou um
assistente com uma ficha. Qual seria o melhor ensino? Qual seria o ensino que
melhor qualidade pode trazer aos estudantes para o bem do pais?
Devemos nos perguntar se o retrocesso é
para facilitar a vida dos docentes turbos que confiam os semestres apenas ao
tempo, de afrontar alguns ilustres ou o receio é de procurar meios para que
tenhamos uma educação de qualidade?
Temos que
encontrar respostas a estas e outras questões, sob pena de negarmos a evolução
da humanidade, dando espaço a gente pouco séria para perpectuar a falta de
qualidade do nosso ensino, numa altura em que não há duvidas de que precisamos
de mais material didático, mais docentes em número e com a qualidade
necessária, mais estudantes a irem e a compreender o saber, que alias, é
universal e Moçambique não pode estar a margem daquilo que é a evolução da sociedade
global e sem prejuizo das exigências do actual mercado de trabalho.