Estudante é espancada pelo seu próprio pai por recusar casar com um professor
Nina
Joaquim, de 16 anos, estudante da 8ª classe na Escola Secundária de Maganga em Cuamba, é
amarrada e espancada pelo seu pai por ter negado a mando do pai se casar com
um professor que o próprio pai tinha procurado.
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| Estudante Nina Joaquim Foto: In Relatório de actividades 1º trimestre Cuamba |
Tudo começou no mês
de Janeiro quando os seus tios procuraram um professor para se casar com sua
sobrinha. Nina, quando foi colocada a proposta que não chegou a ser proposta,
mas sim uma ordem, ela recusou-se na hora sem contar com o que viria a
acontecer. A situação veio a agravar-se nos finais do 1˚ trimestre quando viu a
sua roupa a ser queimada passando nas noites a dormir ao relento porque nem
capulana para se cobrir tinha.
Nina não ficou
limitada, tento procurado ajuda a UNDE e expôs o seu problema. A UNDE por sua
vez, apoiou a vítima, aconselhando sobre a forma como deveria agir contra a
atitude dos tios defendendo os seu direito de não consentir que estava sendo
violado.
No princípio do 2˚
trimestre o pai irritou-se com a atitude da filha, pois ela teimava com a ideia
do casamento, amarrou-a com borracha e começou a espancar. Depois de tanta
violência, os vizinhos foram socorrer a rapariga que chegou a ficar com os
membros superiores e inferiores inchados, atitude condenada pelos mesmos.
Quando a UNDE se
apercebeu do espancamento, solicitou a comparência da vitima ao estabelecimento
deste e procurou saber da própria vitima se podia levar o caso até as entidades
competentes (Serviço de Saúde da Mulher e Acção Social ou a polícia) ela pediu
que um dos activistas a levasse para casa e lá explicar ao pai que levaria o
caso a quem é de direito e o que ia acontecer ao seu pai depois da denúncia.
Não foi possível falar com o pai porque já tinha regressado a casa da machamba
onde vive, um lugar muito distante. Depois destes acontecimentos todos o “noivo”
desistiu do casamento e a vítima continuou com a sua vida estudantil normal,
mas não livre dos danos morais provocados pelo pai e tios.
